segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010


“Gosto de (…) ver ao meu lado os que baptizei e os que constituíram família”

Assusta-me o silêncio profundo ou a amnésia geral sentida nestas colinas verdes onde escolhi viver. Inquieta-me esta comunidade fria e pálida que apenas vive o presente, esquecendo o passado.
Eu tenho um amigo. Hoje, escrevo sobre um homem que durante a minha vida foi uma referência, tanto para a pessoa que sou, bem como para a freguesia de Ribeiros.
Padre José Gonçalves Sousa, ou como é conhecido na região, pelo Padre Zé de Ribeiros, foi embora de Ribeiros sem qualquer palavra de gratidão daqueles que serviu durante mais de 60 anos.
Uma vida dedicada às gentes de Ribeiros e às várias gerações que viu nascer, crescer e partir. A frase que faz título do presente texto, foi proferida por ele (entrevista dada aos alunos da Escola de Recovelas – ano lectivo 2003/2004) e traduz o que ele sentia pelo seu povo.
O tributo que hoje lhe dedico é desinteressado e desprovido de qualquer outro sentido. O meu manifesto é uma forma de o homenagear, agradecer a sua amizade e reconhecer as suas qualidades de homem e de sacerdote.
Aprendi a viver com a figura emblemática e característica do Padre Zé de Ribeiros, desde muito jovem. Recordo o Senhor Abade quando passava junto a minha casa e convidava todos os miúdos do lugar para um pequeno passeio de Burra. Uma alegria para a pequenada.
Relembro ainda, as suas palavras de incentivo e de coragem para a minha educação. Admirava aquele homem enorme, vestido de preto e de chapéu na cabeça.
Este foi o sacerdote que me baptizou e dele recebi a minha primeira comunhão. Foram muitos os agradáveis momentos vividos com o Padre Zé, que jamais esquecerei.
Enfim, amigo Padre Zé, do alto do meu palanque e na falta de outra oportunidade, endereço-te uma simples, mas sentida homenagem: Muito obrigado e um grande abraço Padre Zé de Ribeiros!

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